terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sentir


"Nobody said it was easy/No one ever said it would be this hard" (Coldplay - The Scientist)





Infelizmente é sofrendo
que se aprende
Certos sentimentos
Não se imploram, nem se vendem
Mas o pior de tudo
É travar luta constante
Com o que realmente a gente sente

sábado, 20 de agosto de 2011

Queixa







Não sei o que será de mim, não sei, prossigo insistindo, e me sinto ruminada. A vida me mastiga e vomita, as mesmas coisas, as coisas mesmas. E quantas vezes por mera insistência você percebe sua vida desandando, trilhando uma linha sem rumo fixo, o que será isso? Quero me auto compreender, ter perguntas mais fáceis, exigir menos de um mundo que sei que tem muito pouco a me dar. E a gente sempre fala de tudo com tanta naturalidade, porque falar é fácil. O fato é que tenho medo de mim, por algumas vezes me permiti demais,isso tem sido ambíguo. Virgínia Woolf disse que perdeu amigos por não terem capacidade de atravessar a rua, esse incômodo que sinto é justamente essa dúvida do risco...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um todo partido

Do lado de cá
Cá estou
Do lado de lá
É distante
Cá fico
Penso e suspiro
Querendo ir lá
Do lado de lá


Tempo ao tempo




Sempre gostei da frase " O tempo é o senhor e mestre da vida", quase sempre me pego com ela na cabeça e fico algum tempo analisando. O tempo é tão relativo que dependendo do que aconteça um mês pode parecer uma semana e vice-versa. Acho que a palavra 'tempo' nos dá um certo conforto,no fundo a gente sabe que o tempo não pára, pode até demorar, mas anda. Nos momentos ruins os otimistas diriam "Vai passar", os pessimistas "Desgraça só presta grande, mas o pior é que passa", os mais religiosos " O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã", cada um de nós à sua maneira,entende que a vida anda
Ele já me deu várias lições, o bom é que essas lições não param, ele sempre nos aparece com uma nova resposta, ou até mesmo uma nova pergunta. Aprendi com o tempo que a distância muda as pessoas. As experiências, o dia a dia, tudo isso influi, não seremos nunca o mesmo rio. Infelizmente, às vezes é difícil acostumar com a mudança, porque sempre queremos no fundo reencontrar o mesmo sorriso, o mesmo abraço, a mesma presença. Mas alguns são obrigados a mudar, têm que dançar conforme a música. Obviamente, mudar também pode ser maravilhoso quando fazemos da mudança um objetivo e temos retorno positivo com isso. Também aprendi uma segunda lição : o tempo muda o rosto, as roupas, o modo de ser viver , mas não muda o que cada um de nós carrega em si,a essência. Os bons sentimentos são os únicos capazes de trazer à tona quem verdadeiramente somos. Por isso, hoje tenho certeza que as pessoas as quais se distanciaram e mudaram comigo na realidade nunca foram aquilo o que se diziam ser. A verdade que cada um carrega é intransferível, intocável. O que fica, mesmo distante, é o que realmente importou, foi verdade.
O tempo é senhor e mestre porque ele deixa tudo à sua hora. Lutar contra o tempo é perdê-lo.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A miude







Caminho de leve, dou um passo à frente
Sem apostar, nem ser indiferente
Traçando as linhas
Mudando os planos
No meu canto
Eu vivo e conto
Vivo um conto
Ou um romance quem sabe
O protagonista morre no final






terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sentimento musical




Nos últimos dias tenho ouvido bastante as músicas da banda Legião Urbana, acho que preferência musical é uma questão de fase, um tempo a gente prefere um Rock, em outros Bossa. Obviamente algumas preferências perduram tempos, tempos e tempos, no meu caso, ouço Rita Lee em qualquer época. Minha escolha em ouvir as canções de Renato Russo não é difícil de compreender, me sinto em um momento de transição entre o colo da minha mãe e os braços do grande pai, O mundo. Não tenho achado nada fácil isso, mas tenho procurado encarar com tranquilidade e persistência. E ouvir as canções de Renato é como se ele desabafasse por mim o que eu não consigo dizer, a maneira como algumas vezes suas músicas falam da vida, é a maneira a qual eu tenho visto. Renato Russo falava de amor com a voz leve, dos amores falidos, das saudades e revoltas... ditas com poesia original e com um grau de lirismo de arrancar lágrimas do fundo da alma. Um rosto meigo e uma inspiração invejada, ao seu modo conquistou sua Legião. Pessoas que nos atropelos e revoltas uniram suas angústias às músicas. E vem conquistando ainda hoje - me conquistou - essa nova geração "Ipod". Quero falar me inspirando em alguns trechos de suas letras, falando um pouco de mim através dele.

Mais uma vez




"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo" [...]

Vamos fazer um filme



E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão.
Quero viver a minha vida em paz.
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de um depressão
Te ver e ter beleza e fantasia [...]

Teatro dos vampiros



Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
E destes dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos.
Este é o nosso mundo:
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos.
Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem - eu só quero me divertir.
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal p'rá ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas possam se encontrar.
Quando me vi tendo de viver comigo apenas
E com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei [...]

Comédia romântica



Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E não há nada de errado comigo, não
Não, não, não
Não preciso de modelos
Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos
E quando a vida dói
Eu tento me concentrar
N'um caminho fácil
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E eu queria que o tempo
Pudesse voltar dessa vez [...]

Maurício



Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar.
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Para algum país distante e
Voltar a ser feliz.
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que eu vou? [...]

Tempo perdido


Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder" [...]




Sentimento brisa





Que os ventos me tragam um amor leve, onde nada consiga preencher meus pensamentos, além do calor de um abraço único, fechar os olhos e sorrir, desejo a sorte de um corpo abrigo. Nos dias de sol, um ombro querido,um passeio de mãos dadas, conversas engraçadas, olhares que dizem mais do que belas cartas. Nos de chuva, alguém para abraçar, matar a saudade debaixo do cobertor, beijos roubados cheios de riso. Amor das milhares de vidas, que não cause angústia, mas que seja brisa quente corando o meu rosto, minha jura secreta todos os dias revelada, sentimento inconsciente, um cruzar de dedos ao apagar das luzes, um beijo de chegada, um beijo de despedida, um beijo "você me faz feliz", um beijo na ponta do nariz, dormindo, sonhando ou acordada. Comemorações com data marcada, inesperadas, esquecidas mas perdoadas. A promessa do "vou sonhar contigo". Preciso de alguém que venha comigo, um olhar sincero e um coração tranquilo, a maciez de uma mão, fúria e volúpia, calmaria e mansidão. Uma fita que se prenda no meu coração. Que meu pensamento viaje pensando em voltar, e que ao fechar os olhos eu tenha um rosto que me tire um discreto sorriso. Que não me prometa o mundo, mas construa outro mundo comigo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O imperfeito não conjuga o presente



A mim, não devo mais lamentar por fatos passados que não me acrescentam, nem me roubam um sorriso sequer, sei que essa é a promessa comum da maioria daqueles que se decepcionam, o pior é que sou sócia desse clube há tempos. No entanto, mesmo limpando a poeira de meu baú de lembranças sórdidas, alguns resíduos de mofo vez por outra insistem em aparecer, não deixo, com uma série de limpeza elimino todos . Às vezes paro e fico a pensar, por quê as pessoas não cuidam dos sentimentos das outras assim como gostariam que cuidassem dos dela? É uma maneira egoísta de se pensar, mas faz sentido. Das decepções todas, tenho medo das decepções emocionais, principalmente, de me auto decepcionar. Mas não devo pensar no que poderia ter dado certo, estou focada em me realizar, encontrar formas inúmeras de ficar de bem comigo, quero me dedicar à minha família, aos meus poucos e verdadeiros amigos, tornar o meu redor um ambiente mais harmônico, mais intenso, quero perdoar mais. Essa é minha meta de vida. Somente do meu passado quero ficar com o que foi bom, os sorrisos que roubei, as sementes que plantei, as saudades saudáveis e calorosas que deixei e que trouxe, apenas isso. Guardar mágoas é sadismo, não adianta conviver com essa mancha negra, que só nos torna pessoas vazias e vingativas, sei que não é simples assim para outros, só quem sabe o tamanho da dor é quem ela sente, mas com coragem e humildade, afirmo, passa . Quanto a mim, nunca me permito baixar a cabeça no primeiro tombo, a vida é muito curta para termos medo de apreciá-la, de apostar no coração, com os erros e atropelos a maturidade vai nos ensinando que decepções fazem parte do histórico, e que a gente vai chorar, querer morrer, descontar nossa dor em Deus e no mundo, desconfiar por algum tempo, e aos poucos, sem perceber, depois dessa trilha de altos e baixos , a própria vida vai se encarregar de criar novas chances de mais uma vez a gente se permitir, se realizar.

Escrita em crise de sinceridade





Hoje é domingo, resolvi escrever algo diferente, talvez nem saia tão diferente assim, somente o que sei é que de repente, assim do nada, cansei de poemizar o que penso, amanhã ou depois estarei curada desse arrebatamente literário que surgiu, na verdade nem sei como nomear tudo isso, vontades assim surgem, não digo "não" aos meus desejos literários.
Para começar, eu quero escrever sobre algo que não gosto, tenho tantas vezes escrito sobre impressões vagas, que nem são metade daquilo que tenho vontade de rasgar em verbo. Meu texto começa com uma simples pergunta: Do que você não gosta? Sendo bem sincera, minha lista de coisas que não gosto é imensa, gosto de poucas coisas, de poucas pessoas,até mesmo por não me agradar daquilo que agrada a todo mundo. Tenho observado que a maioria das pessoas são como japoneses quando o assunto é gosto, uma cara só. Penso eu, que essas pessoas no fundo nem saibam o que realmente são. Mas não quero falar sobre gosto por coisas, e sim, gosto por pessoas. E quando falo gosto por pessoas, uma palavra me vem à mente: Desafeto. Essa palavra cotidianamente é escrita por mim no plural, sei bem como é encará-la, acho que até acostumei, você também acostumará, é só uma questão de treino, algumas indiferenças básicas, ouvidas de indiretas - que venhamos são bem diretas em alguns casos - e por aí vai. Uma das coisas que menos faço e não prezo é auto definição, e quando o foco volta-se para mim, eu evito. Concordo com aquele ditado que diz "Quem muito fala, muito erra", e pior que é verdade. O péssimo é ter a consciência que de uma forma ou de outra a gente se auto define sempre em quando. Tenho receio e grande pavor de criar uma imagem falsa para os outros, ao abrirmos a boca e falarmos meia dúzia de adjetivos e palavrões não sabemos se naquele momento estamos criando um herói, um vilão ou um fracassado - defini-los fica ao seu critério. Somos responsáveis por aquilo que dizemos, nosso discurso nos desnuda, é a maneira mais fácil de criarem falsas impressões a nosso respeito. Me permito a leveza, gosto de ser degustada como uma bebida saborosa, em cada golada embriagar levemente. Quanto aos meus desafetos, até hoje, em meio às inúmeras reflexões e opiniões alheias, cheguei à provável conclusão que minha sinceridade não é bem vinda a todos. Percebi que isso é uma virtude, porém é também um leve peso que carrego. Não consigo demostrar agrado quando dentro de mim a sinceridade me corrói como uma fome feroz. Sinceros não suportam hipócritas. Hipócritas convivo todos os dias, aliás, suporto. É esse meu desafeto número um, a hipocrisia. Antes uma verdade dolorosa a meias verdades, penduro elas.
E apesar desses "poréns" todos, a gente não pode parar, nem desistir de tentar fazer o melhor que pudermos, muitas vezes é preciso "dá uma de doido", ter "ouvido de mercador", até mesmo rir dessa megera toda, porque a resposta pode demorar, mas ela vem, e quando vem, eu geralmente gosto de está cuidando da minha vida, uma das poucas coisas que gosto.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lado de fora





Esse cheiro na minha blusa
Tem o perfume dos teus cabelos
São restos ainda do passado
Um aroma já fraco
Meu nariz sugando toda a lembrança possível
Aroma dessa saudade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fora de foco




Realidades e deslumbramentos
Ao passo que vive
Seu relógio vive parado
Quebrou o mecanismo
Pifou a pilha
Se procura
Na realidade que se mistura
Vivências inconscientes
Que falam mais dela
Do que acordada realmente
Seus dias passam
E nem percebe
Dia inteiro sonhando
Sente o frio da matina
Já eram seis do outro dia
Mas como? Não viu nenhuma claridade do dia
Foi quando percebeu
Que a vida é dentro

Quem lê