segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Quiçá

"Não se afobe, não/ Que nada é pra já/ O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio/ Num fundo de armário /Na posta-restante/ Milênios, milênios/ No ar..." (Chico Buarque - Futuros Amantes)



Quando eu chegar em casa, procurarei me deitar, e buscar consolo abraçando os lençóis, os travesseiros, o sono.De olhos fechados, coração aberto e a mente fresca,  as memórias são recentes, até parece que foi ontem, foi ontem. Não há nada para se fazer aqui, até podem existir, só que hoje não, essa noite não, mentalmente nessa noite serei sua, suas palavras, gestos,dramas, sorrisos, será disso que eu quero me preencher. De você, só de você. Pensarei no céu daquela tarde e na garoa que caiu nos últimos minutos, tudo pela última vez, você lembra?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não há você sem mim, e eu não existo sem você





Eu nunca amei alguém como eu te amei

Por isso não consigo te esquecer
Esqueça aquilo tudo que eu falei
Mas guarde na lembrança que eu te amo
Há coisas que o tempo não desfaz
Há coisas que a vida pede mais
Se ainda estou tentando me afastar
Meu coração só pensa em voltar
Sorrisos e palavras são tão fáceis
Escondem a saudade que ficou
Mas acho que cansei dos meus disfarces
Quem olha nos meus olhos
Vê que nada terminou
Amor, por tudo isso que hoje eu sei
Não posso nem pensar em te perder
Queria te encontrar pra te dizer
Que eu nunca amei alguém como eu te amei

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fatalmente achados

"Amando noites a fundo//Tendo jornais como cobertor//Podendo abalar o mundo/No embalo do nosso amor/ No ardor de tantos abraços/Caíram palácios, ruiu um império/Os nossos olhos vidrados de mistério" (Maria Bethânia - Amando Sobre Os Jornais)




Eu só quero que o tempo cuide bem de tudo , que faça pelos que amo o que a vida não tem sido capaz de fazer por mim, quando me imagino longe, eu procuro dentro de mim respostas, é fácil encarar as fronteiras quando não se consegue superar as dúvidas. Que culpa temos por amar? É justo que não se viva um encontro? Sinceramente, peço de coração que alguém me salve,conserte as minhas asas quebradas e me ensine novamente a voar. Chegou a hora da minha lição, e ninguém deseja tanto hoje um fim para toda angústia quanto eu.
Ninguém nunca sofrerá por mim , nunca passarei de um detalhe que aconteceu, outras soluções sempre resolverão, porque detalhes são apenas detalhes que alguns dias e mais algumas noites serão capazes de superar. Acredito que em algum lugar próximo estarei sorrindo, não sei se feliz, mas segura ,depois de ter compreendido que ser um detalhe não importa tanto quanto os detalhes que fizeram de mim o que hoje eu sou.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Escute as músicas que ouço
e nos versos a voz que eu calo
Se te omito é porque evito
que descubras que talvez eu seja um mito


Vele meu sono
Eu me permito o perigo
de revelar dormindo
o que acordada eu não digo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Simples e suave coisa/Suave coisa nenhuma/Que em mim amadurece" (Secos e Molhados - Amor)




Amar é ser alimento e fome
Quem ama só sobrevive quando come o outro
e entrega-se como alimento em contrapartida.


Amar é medo de não se encontrar
depois da despedida


Amar é o amor que protege
e teme os males da vida


Amar é uma fração,
inteira em duas vidas


Amar é amar quem nos rouba sentimentos
e nos devolve sentido a vida

Passional

"Teu corpo combina com meu jeito/Nós dois fomos feitos muito pra nós dois/Não valem dramáticos efeitos/ Mas o que está depois" (Caetano Veloso - Nosso Estranho Amor)




Eu te amo como um suicida
que perdeu para a fraqueza a própria vida
Eu te amo como um mártir
que escolheu aprisionar-se por vontade
Só quem se perde no amor
aprisiona-se a morte
Com a certeza de
no outro
Encontrar vida.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sentir


"Nobody said it was easy/No one ever said it would be this hard" (Coldplay - The Scientist)





Infelizmente é sofrendo
que se aprende
Certos sentimentos
Não se imploram, nem se vendem
Mas o pior de tudo
É travar luta constante
Com o que realmente a gente sente

sábado, 20 de agosto de 2011

Queixa







Não sei o que será de mim, não sei, prossigo insistindo, e me sinto ruminada. A vida me mastiga e vomita, as mesmas coisas, as coisas mesmas. E quantas vezes por mera insistência você percebe sua vida desandando, trilhando uma linha sem rumo fixo, o que será isso? Quero me auto compreender, ter perguntas mais fáceis, exigir menos de um mundo que sei que tem muito pouco a me dar. E a gente sempre fala de tudo com tanta naturalidade, porque falar é fácil. O fato é que tenho medo de mim, por algumas vezes me permiti demais,isso tem sido ambíguo. Virgínia Woolf disse que perdeu amigos por não terem capacidade de atravessar a rua, esse incômodo que sinto é justamente essa dúvida do risco...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um todo partido

Do lado de cá
Cá estou
Do lado de lá
É distante
Cá fico
Penso e suspiro
Querendo ir lá
Do lado de lá


Tempo ao tempo




Sempre gostei da frase " O tempo é o senhor e mestre da vida", quase sempre me pego com ela na cabeça e fico algum tempo analisando. O tempo é tão relativo que dependendo do que aconteça um mês pode parecer uma semana e vice-versa. Acho que a palavra 'tempo' nos dá um certo conforto,no fundo a gente sabe que o tempo não pára, pode até demorar, mas anda. Nos momentos ruins os otimistas diriam "Vai passar", os pessimistas "Desgraça só presta grande, mas o pior é que passa", os mais religiosos " O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã", cada um de nós à sua maneira,entende que a vida anda
Ele já me deu várias lições, o bom é que essas lições não param, ele sempre nos aparece com uma nova resposta, ou até mesmo uma nova pergunta. Aprendi com o tempo que a distância muda as pessoas. As experiências, o dia a dia, tudo isso influi, não seremos nunca o mesmo rio. Infelizmente, às vezes é difícil acostumar com a mudança, porque sempre queremos no fundo reencontrar o mesmo sorriso, o mesmo abraço, a mesma presença. Mas alguns são obrigados a mudar, têm que dançar conforme a música. Obviamente, mudar também pode ser maravilhoso quando fazemos da mudança um objetivo e temos retorno positivo com isso. Também aprendi uma segunda lição : o tempo muda o rosto, as roupas, o modo de ser viver , mas não muda o que cada um de nós carrega em si,a essência. Os bons sentimentos são os únicos capazes de trazer à tona quem verdadeiramente somos. Por isso, hoje tenho certeza que as pessoas as quais se distanciaram e mudaram comigo na realidade nunca foram aquilo o que se diziam ser. A verdade que cada um carrega é intransferível, intocável. O que fica, mesmo distante, é o que realmente importou, foi verdade.
O tempo é senhor e mestre porque ele deixa tudo à sua hora. Lutar contra o tempo é perdê-lo.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A miude







Caminho de leve, dou um passo à frente
Sem apostar, nem ser indiferente
Traçando as linhas
Mudando os planos
No meu canto
Eu vivo e conto
Vivo um conto
Ou um romance quem sabe
O protagonista morre no final






terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sentimento musical




Nos últimos dias tenho ouvido bastante as músicas da banda Legião Urbana, acho que preferência musical é uma questão de fase, um tempo a gente prefere um Rock, em outros Bossa. Obviamente algumas preferências perduram tempos, tempos e tempos, no meu caso, ouço Rita Lee em qualquer época. Minha escolha em ouvir as canções de Renato Russo não é difícil de compreender, me sinto em um momento de transição entre o colo da minha mãe e os braços do grande pai, O mundo. Não tenho achado nada fácil isso, mas tenho procurado encarar com tranquilidade e persistência. E ouvir as canções de Renato é como se ele desabafasse por mim o que eu não consigo dizer, a maneira como algumas vezes suas músicas falam da vida, é a maneira a qual eu tenho visto. Renato Russo falava de amor com a voz leve, dos amores falidos, das saudades e revoltas... ditas com poesia original e com um grau de lirismo de arrancar lágrimas do fundo da alma. Um rosto meigo e uma inspiração invejada, ao seu modo conquistou sua Legião. Pessoas que nos atropelos e revoltas uniram suas angústias às músicas. E vem conquistando ainda hoje - me conquistou - essa nova geração "Ipod". Quero falar me inspirando em alguns trechos de suas letras, falando um pouco de mim através dele.

Mais uma vez




"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo" [...]

Vamos fazer um filme



E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão.
Quero viver a minha vida em paz.
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de um depressão
Te ver e ter beleza e fantasia [...]

Teatro dos vampiros



Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
E destes dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos.
Este é o nosso mundo:
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos.
Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá, tudo bem - eu só quero me divertir.
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal p'rá ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas possam se encontrar.
Quando me vi tendo de viver comigo apenas
E com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei [...]

Comédia romântica



Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E não há nada de errado comigo, não
Não, não, não
Não preciso de modelos
Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos
E quando a vida dói
Eu tento me concentrar
N'um caminho fácil
Sou eu mesmo e serei eu mesmo então
E eu queria que o tempo
Pudesse voltar dessa vez [...]

Maurício



Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar.
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Para algum país distante e
Voltar a ser feliz.
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que eu vou? [...]

Tempo perdido


Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder" [...]




Sentimento brisa





Que os ventos me tragam um amor leve, onde nada consiga preencher meus pensamentos, além do calor de um abraço único, fechar os olhos e sorrir, desejo a sorte de um corpo abrigo. Nos dias de sol, um ombro querido,um passeio de mãos dadas, conversas engraçadas, olhares que dizem mais do que belas cartas. Nos de chuva, alguém para abraçar, matar a saudade debaixo do cobertor, beijos roubados cheios de riso. Amor das milhares de vidas, que não cause angústia, mas que seja brisa quente corando o meu rosto, minha jura secreta todos os dias revelada, sentimento inconsciente, um cruzar de dedos ao apagar das luzes, um beijo de chegada, um beijo de despedida, um beijo "você me faz feliz", um beijo na ponta do nariz, dormindo, sonhando ou acordada. Comemorações com data marcada, inesperadas, esquecidas mas perdoadas. A promessa do "vou sonhar contigo". Preciso de alguém que venha comigo, um olhar sincero e um coração tranquilo, a maciez de uma mão, fúria e volúpia, calmaria e mansidão. Uma fita que se prenda no meu coração. Que meu pensamento viaje pensando em voltar, e que ao fechar os olhos eu tenha um rosto que me tire um discreto sorriso. Que não me prometa o mundo, mas construa outro mundo comigo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O imperfeito não conjuga o presente



A mim, não devo mais lamentar por fatos passados que não me acrescentam, nem me roubam um sorriso sequer, sei que essa é a promessa comum da maioria daqueles que se decepcionam, o pior é que sou sócia desse clube há tempos. No entanto, mesmo limpando a poeira de meu baú de lembranças sórdidas, alguns resíduos de mofo vez por outra insistem em aparecer, não deixo, com uma série de limpeza elimino todos . Às vezes paro e fico a pensar, por quê as pessoas não cuidam dos sentimentos das outras assim como gostariam que cuidassem dos dela? É uma maneira egoísta de se pensar, mas faz sentido. Das decepções todas, tenho medo das decepções emocionais, principalmente, de me auto decepcionar. Mas não devo pensar no que poderia ter dado certo, estou focada em me realizar, encontrar formas inúmeras de ficar de bem comigo, quero me dedicar à minha família, aos meus poucos e verdadeiros amigos, tornar o meu redor um ambiente mais harmônico, mais intenso, quero perdoar mais. Essa é minha meta de vida. Somente do meu passado quero ficar com o que foi bom, os sorrisos que roubei, as sementes que plantei, as saudades saudáveis e calorosas que deixei e que trouxe, apenas isso. Guardar mágoas é sadismo, não adianta conviver com essa mancha negra, que só nos torna pessoas vazias e vingativas, sei que não é simples assim para outros, só quem sabe o tamanho da dor é quem ela sente, mas com coragem e humildade, afirmo, passa . Quanto a mim, nunca me permito baixar a cabeça no primeiro tombo, a vida é muito curta para termos medo de apreciá-la, de apostar no coração, com os erros e atropelos a maturidade vai nos ensinando que decepções fazem parte do histórico, e que a gente vai chorar, querer morrer, descontar nossa dor em Deus e no mundo, desconfiar por algum tempo, e aos poucos, sem perceber, depois dessa trilha de altos e baixos , a própria vida vai se encarregar de criar novas chances de mais uma vez a gente se permitir, se realizar.

Escrita em crise de sinceridade





Hoje é domingo, resolvi escrever algo diferente, talvez nem saia tão diferente assim, somente o que sei é que de repente, assim do nada, cansei de poemizar o que penso, amanhã ou depois estarei curada desse arrebatamente literário que surgiu, na verdade nem sei como nomear tudo isso, vontades assim surgem, não digo "não" aos meus desejos literários.
Para começar, eu quero escrever sobre algo que não gosto, tenho tantas vezes escrito sobre impressões vagas, que nem são metade daquilo que tenho vontade de rasgar em verbo. Meu texto começa com uma simples pergunta: Do que você não gosta? Sendo bem sincera, minha lista de coisas que não gosto é imensa, gosto de poucas coisas, de poucas pessoas,até mesmo por não me agradar daquilo que agrada a todo mundo. Tenho observado que a maioria das pessoas são como japoneses quando o assunto é gosto, uma cara só. Penso eu, que essas pessoas no fundo nem saibam o que realmente são. Mas não quero falar sobre gosto por coisas, e sim, gosto por pessoas. E quando falo gosto por pessoas, uma palavra me vem à mente: Desafeto. Essa palavra cotidianamente é escrita por mim no plural, sei bem como é encará-la, acho que até acostumei, você também acostumará, é só uma questão de treino, algumas indiferenças básicas, ouvidas de indiretas - que venhamos são bem diretas em alguns casos - e por aí vai. Uma das coisas que menos faço e não prezo é auto definição, e quando o foco volta-se para mim, eu evito. Concordo com aquele ditado que diz "Quem muito fala, muito erra", e pior que é verdade. O péssimo é ter a consciência que de uma forma ou de outra a gente se auto define sempre em quando. Tenho receio e grande pavor de criar uma imagem falsa para os outros, ao abrirmos a boca e falarmos meia dúzia de adjetivos e palavrões não sabemos se naquele momento estamos criando um herói, um vilão ou um fracassado - defini-los fica ao seu critério. Somos responsáveis por aquilo que dizemos, nosso discurso nos desnuda, é a maneira mais fácil de criarem falsas impressões a nosso respeito. Me permito a leveza, gosto de ser degustada como uma bebida saborosa, em cada golada embriagar levemente. Quanto aos meus desafetos, até hoje, em meio às inúmeras reflexões e opiniões alheias, cheguei à provável conclusão que minha sinceridade não é bem vinda a todos. Percebi que isso é uma virtude, porém é também um leve peso que carrego. Não consigo demostrar agrado quando dentro de mim a sinceridade me corrói como uma fome feroz. Sinceros não suportam hipócritas. Hipócritas convivo todos os dias, aliás, suporto. É esse meu desafeto número um, a hipocrisia. Antes uma verdade dolorosa a meias verdades, penduro elas.
E apesar desses "poréns" todos, a gente não pode parar, nem desistir de tentar fazer o melhor que pudermos, muitas vezes é preciso "dá uma de doido", ter "ouvido de mercador", até mesmo rir dessa megera toda, porque a resposta pode demorar, mas ela vem, e quando vem, eu geralmente gosto de está cuidando da minha vida, uma das poucas coisas que gosto.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lado de fora





Esse cheiro na minha blusa
Tem o perfume dos teus cabelos
São restos ainda do passado
Um aroma já fraco
Meu nariz sugando toda a lembrança possível
Aroma dessa saudade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fora de foco




Realidades e deslumbramentos
Ao passo que vive
Seu relógio vive parado
Quebrou o mecanismo
Pifou a pilha
Se procura
Na realidade que se mistura
Vivências inconscientes
Que falam mais dela
Do que acordada realmente
Seus dias passam
E nem percebe
Dia inteiro sonhando
Sente o frio da matina
Já eram seis do outro dia
Mas como? Não viu nenhuma claridade do dia
Foi quando percebeu
Que a vida é dentro

sábado, 30 de julho de 2011


Uma canção coloquei pra tocar
Recordo momentos
Algo me leva a você em horas assim


Sensações confusas
Essas coisas que a gente sente


A canção me provoca nostalgia
Minha fraqueza em cada acorde
Algo me diz:
Acorde!
O refrão se repete
Canto junto
Soa até engraçado
É sádico

Lembrei do presente que guardo
Um presente que talvez nem chegue a receber
Sei que em pouco tempo ele estará empoeirado
Quem sabe já abandonado

Só que ele continuará aqui guardado


Numa caixa singela
Papel fino e delicado
Um laço de fita
Um bilhete à mão rabiscado
Nele escrito:

Nosso passado

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida "

[...]


Mia Couto







Noites mal dormidas
Causam olheiras
Expoem todo o fardo
De uma noite inteira

Algumas palavras ditas
Sem olhos nos olhos
Nos roubam a noite
Sem pausas, nem vírgulas
E na memória
Ficam repetidas

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cólera

Acordei com o peso da ausência nos meus ombros essa manhã, o corpo responde quando a alma da gente começa a pesar - onde a sua essência está na leveza, em pairar-se na matéria -minha alma está pesada de ausências e decepções. Como eu sinto vontade de está nos braços de minha mãe outra vez, sem precisar falar nada, simplesmente percebê-la junto a mim e receber o preenchimento de uma presença que nunca será demais. Que imensa vontade de hoje está sozinha, distante de qualquer tipo de civilização, de qualquer influência que me remeta ao que agora eu quero me livrar. Eu tenho buscado ser feliz, lutado com todas as minhas certezas e convicções, depositado no tempo e nas horas as minhas ações, deixado a vida me levar e puxado o freio de mão de vez em quando. Mesmo assim, começo a achar que nada tem surtido efeito e que tudo o que eu tinha começado a acreditar começou a ser levado pela correnteza das incertezas, não queira saber como estou me sentindo e nem me pergunte o que farei daqui pra frente, porque eu não sei.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mais uma vez ( Mais um no sempre)




Eu esperei cansativos dias para te ver outra vez
Será que é isso que tem feito crescer esse querer?
Esse nosso querer
Queria tanto reencontrar você
Sem peso e sem medidas te olhar
Muitas vezes te abraçar
E do seu olhar eu só queria um 'sim'
Mais além me destes, me deu um sorriso
E sorri
E cada falta que fez o coração dizer que 'não'
Minha presença na tua prolongará esse 'sim'.

sábado, 18 de junho de 2011

Procuro me encontrar no vácuo de mim
Piso fundo e firme
Sinto o meu calcanhar pisar na carne macia
Uma dor
Escorrem lágrimas dos olhos


Agora eu pulo
Pulo e piso
Um grito


Quanto tempo demorarei para chegar até mim?
Sinto que alguém me levou e não me devolveu
Mas se alguém me achar
Por favor me devolva

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sinto que mudo, mudo como as estações,a cada dia que passa me sinto tão outono. Tenho me alimentado mal, a comida desce como ração de gato, as noites tem sido um refúgio, os dias uma prisão ao ar livre. Estagnei em alguns assuntos, o que antes para mim era carnaval hoje se tornou rito de funeral.Tenho sintomas de solidão, complexo de criança sem colo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sem lenço, sem documento

Minhas profundas reflexões fazem de mim um ser “à parte” desse mundo, um lugar que eu ainda não aprendi a me adaptar, e penso que nunca conseguirei compreender a que propósito fomos lançados a toda essa gama de erros, acertos e equívocos. Me considero alguém um tanto incompreendida, mas às vezes, penso que ninguém é totalmente capaz de compreender o que não foi dito no dito, ou pior, o que foi dito sem intenção de ser dito. Tenho evitado me envolver demais com coisas externas que oferecem riscos à minha “capa protetora”, e não tenho visto isso como um medo ou uma fraqueza, é só uma forma que eu aos poucos encontrei e tem dado certo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Constância

Eu vou morar naquele mar
E vou a(o)mar, e vou a(o)mar
Nele há felicidade e só quem vai a ele encontra
Eu busco o (a)mar
E vou mergulhar.

domingo, 15 de maio de 2011

Fragmento

Os primeiros Beijos sempre são reconhecimento de território
é fácil perceber se a pessoa está ali com vc
se sua mente, corpo e sentimentos ali estão
O Beijo é o detalhe mais intenso de todo ato de carinho que possa existir,
é o primeiro encaixe que há!
...O sexo eh o segundo.
Acordamos seguindo a trilha do dia, uns dias mais coloridos, outros opacos. E nos questionamos com os nossos "porquês", tantas vezes não respondidos. É fato que alguns se questionam mais, outros menos, alguns, quem sabe a grande maioria, está achando tudo muito bom. Eu acredito, posso até desacreditar daqui a pouco, que tudo na minha vida está exatamente onde deveria está. E isso não significa dizer que eu me deixe acomodar e permita que as minhas loucuras fiquem em "banho-maria".

terça-feira, 3 de maio de 2011

À noite

Eu e vc agora
A poesia, o teu corpo
O calor, as promessas
Horizontes e caminhos
Vontades que dão e ficam
O coração que pulsa nessa espera
Incompreensões que o destino nos dá
O que será de mim sem você nesses amanhãs a fora?
Eu posso até saber me expressar
Mas...
Quando o silêncio é só canção
E a mente cedeu as rédeas pro coração
A gente busca consolo onde não se tem
O corpo é só saudade, a alma é tão refém
Tola sou eu que insisto comigo
Em entender os mistérios do perigo
Que um homem pode fazer
E não mais se sabe como de fato agir
A busca agora está em insistir
Insistir nessa história e viver os amanhãs saudademente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

De você.

Eu vou está com você até quando o óbvio se perder dentro das idéias viciantes que insistem em te fazer crer, que o melhor pra você é não mais querer.Eu vou está com você em cada janela embassada, nas loucas trilhas e jornadas, diárias e triviais, nas notícias outrora bem recebidas que hoje não te interessam mais. Eu vou está com você porque é aqui que você está.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Não demore,
Quando voltar pra mim não bata à porta
Entre,
Me abraçe.

Não demore,
Cada tempo que desejei
Foi tão longa espera
Agora é a hora

Me olha,
Decora cada intenção,
Leva no teu coração,
E volta.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Não sou seu um, mas quero está contigo a dois
Gosto de te olhar, só olhar
Os meus olhos dançam valsa quando você passa
É todo dia esse ritmo
Uma masturbação ótica que se concretiza nos meus sonhos
E quando tu me olhas
Eu olho, só olho.

domingo, 27 de fevereiro de 2011


No balanço da rede eu olho apaixonada
A grande dança e pureza singela
Que tem as cores e os variados ritmos do grande mar.
Olha como ele dança
As ondas brincam esparrando na areia.
Espetáculo da natureza embalado no meio de tanta beleza.
Uma obra de arte tão natural, das coisas tão mais lindas
Não vejo nada igual
Nada que se iguale à fúria dançante
Das ondas do mar.

Baile


De braços abertos, meu olhar
Te acha, te laça
Me prendo em tua boca, mordaço teus medos
Te envolvo entre unhas e cabelos

Coloco o blues do teu prazer pra tocar
Danço
Balanço no ritmo da dança

Bocas, línguas e melodia
Sou rock'roll e poesia

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sexta Feira


Sabe o que eu gostaria de te dizer?
Hoje é sexta feira
E o tempo nos aproxima mais
Amanhã é sábado, estarei com você
A semana chega e você se torna como o vento
Apenas te sinto
Sinto sua falta

O tempo segue o seu percurso
Só o meu relógio que demora tanto nesse
Tic tac
Sabe o que eu gostaria de te contar?
Hoje eu daria tudo pra que fosse sexta feira
Amanhã seria sábado, estaria com você
A semana chegaria e você seria vento

O tempo segue o seu percurso
E pára sempre na sexta feira.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O dia em que eu fui mais feliz...

Há momentos que é preciso refletir, parar pra medir, analisar e pairar-se sobre si mesmo. Como conseguir chegar a algum lugar, se seus pés não conhecem os caminhos que você carrega dentro de si mesmo? São nesses momentos de conversa íntima que me transporto ao meu passado feliz. Não sei se "felicidade" é a palavra certa para um tempo em que eu não tinha necessidade de "matar um leão todo dia". Pois é, eu apenas precisava ter sonhos, dormir e acordar com eles. Realizando-os em minhas brincadeiras. É tão interessante você perceber o mundo de uma criança, quando essa criança foi/é você. Faço isso sempre.
Quem sou eu? Quem são vocês? Perguntem-se! Garanto que se surpreenderão com a resposta. Eu sempre me surpreendo. Foi querendo tanto descobrir quem era Annita,querendo tanto procurar respostas pro meu presente que as palavras surgiram para mim. Eu não sabia nem o que escrever, não tinha ainda o coração nos dedos. Comecei fazendo rimas, poeminhas de amor (como eu queria tê-los hoje),não tinha para quem mandar, mandava pra minha avó,pra mim mãe... Eram meus amores, sempre serão. O que eu escrevia ia me dando gás, tudo o que eu queria era transbordar no papel minhas angústias, meus sentimentos, minha alma. O tempo passou e eu cresci, abandonei os poeminhas. Os desenhos se tornaram a novidade. Eu tinha entre 14 e 15 anos quando começei a rabiscar meus primeiros desenhos, gostava de criar quadrinhos. Sinceramente, eu não era tão boa nisso, mas isso não importava, eu queria ser Desenhista. As artes sempre me prenderam a atenção. Um dia a gente tem que crescer, em estatura e - pior - as responsabilidade crescem também!.Os desenhos foram ficando de lado ,os sonhos, ah os sonhos nunca! Estão escondidinhos,sempre estarão aqui. Vieram as primeiras experiências: primeiros porres, decepções amorosas, crises de identidade. Apaixonar-se. Ai, Ai! o conflito não está em apaixonar-se, claro que não! Não saber lidar com tudo isso, isso sim! Isso sim é um baita conflito. Mas isso não vem ao caso agora.
Eu não desenhava bem, mas e daí? Eu queria ser desenhista,a garota de 14 anos não se importava com os rabiscos, ela tinha auto-confiança. Sabem o que isso significa!!? Eu acreditava em mim sem me importar com outras opiniões, caminhava sem vela no escuro. Um dia temos que crescer, cresci. Crescemos com o pacote completo: Imaturidade, ambições, ilusões, sonhos, medos,desejos. Somos tão cegos. A cegueira capitalista nos corrompe. Aos 14 eu queria ser desenhista ,não me importava com o que lucraria, queria fazer por amor, seguir esse caminho. A sociedade nos engole, precisamos ter uma profissão, competir no mercado de trabalho, aprimorar os conhecimentos, correr contra o tempo, sermos os melhores! Ufa! Cansei... Tudo que tenho dito não quer dizer que eu não concorde que mereçamos crescer profissionalmente, batalhar pelo nosso conforto e bem-estar.
Sim,precisamos! Mas as coisas não param por aí. Em todo esse contra-tempo , gradativamente vamos deixando de lado um pouco de nossas convicções, onde guardamos nossas verdades? Às vezes nem percebemos o quanto estamos distantes de nós mesmos. Desperdiçamos gotas de vida, não temos um ritual, nos acostumamos a não ter em que acreditar, em que depositar nossos medos. Dificilmente damos uma pausa para tirar a maquiagem do nosso personagem cotidiano. Dormimos, acordamos,transamos, sempre maquiados. Onde está você dentro de você? Quando eu era criança ,sentia medo de acordar e não ter minha mãe comigo, minha força estava em saber que ela sempre me abraçaria e me protegeria dos medos da vida. E hoje? Nós não somos mais crianças, não podemos simplesmente correr pro colinho da mamãe.Em que iremos nos apoiar quando a vida nos colocar contra a parede? Lembro-me agora de uma passagem do Guimarães Rosa que diz: "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria,aperta e daí afrouxa,sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem..."
Sim, ela quer coragem!!! Coragem de sermos nós mesmos,de sermos mais honestos com o que dizemos e sentimos. Coragem de não esconder o que seu coração quer dizer. Não sou desenhista, isso agora faz parte apenas das recordações felizes de meu coração. Não abandonei os poemas,os poeminhas... continuo a escrever, são simples - sem maquiagem- são minhas verdades ,são um pedação de mim. Tenho meus "leões" e "leõezinhos" a enfrentar todos os dias. Sofro,choro,baixo a cabeça. A correria existe e exige, mas não permito me perder.

Um abraço de olhos fechados.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Todos nós temos vontades e desejos,buscas incansáveis,e é isso que nos move dia após dia em busca de algo que às vezes ainda nem sabemos o que é. Eu quero amar,amar a poesia e as coisas que me tornam alguém com uma alma- desejo ser imortal,quem também não deseja?.Não são simplesmente três coisas que me tornarão alguém eterno,não será uma árvore,um filho e um livro que firmará minha imortalidade. Buscar a imortalidade nunca foi,nem será, a melhor maneira de encontrá-la.A imortalidade está na essência,essa essência que é passada aos outros em nossas vivências sem que percebamos - as vezes nem eles mesmos percebem. E no apagar de todas as luzes estarão todos eles ali,e a imortalidade da matéria estará em cada lembrança,em cada gesto e atitude que ficou gravada,imortalizada. Não era bem sobre isso que eu pretendia escrever,queria eu falar sobre poesia...Mas ora,viver é uma poesia,sem estrofes,rimas e versos,sem uma métrica precisa. Imortal está o homem que vive não somente naquilo que deixou escrito,ou na imagem de um certo alguém que um dia você chamou - ou não chamou - de filho,nem somente naquela árvore,que um dia também irá partir. É na alma que está a imortalidade. Quero ser feliz.Está vivo não é tão somente respirar e se alimentar,ter vigor e uma mente sã. Não há vida se não há dentro de si razões - muitas vezes frustadas - que te levem a buscar horizontes inalcansáveis,mas que são essas que nos impulsionam a mudar e ser além do que querem fazer de nós. Olhem para o mar,olhem para o céu,não há distância que os separem,embora eles não consigam se fundir,encaixar-se numa sintonia perfeita,eles não deixam nunca de se permitirem o encontro,a harmonia,são amantes por todo tempo que existirem.

Um abraço imortal.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Tenho caminhado,
Caminhado,
Caminho...

São os mesmos caminhos,
As mesmas pessoas,
Insisto...

É sempre a mesma coisa
Antes de dormir,
Dormindo,
Vivendo.
Eu tenho tentado...

Não sei bem o que é pior:
Sentir saudades
Ou
Acostumar-se com ela.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Depois de um tempo ausente,distante das linhas,estou de volta! Final de semestre na faculdade é sempre "a ferro e fogo", finalizar um semestre com êxito é uma tarefa bastante árdua e exige de nós uma dedicação maior. Terminadas as atividades do curso,começaram as festividades de fim de ano -natal,reveillon - e tudo isso também exige dedicação,um envolvimento com a família e entre outros detalhes...Tudo deu certo,ocorreu tudo em paz. Bom,eu sei que apesar de todas essas coisas,eu poderia ao menos ter tirado um tempinho e vindo aqui. Mas,escrever exige sempre um olhar para dentro,e nesse tempo distante infelizmente só percebia o que estava ao alcance da visão. O ano começou,como todos,fiz planos! Ah...os planos...são tantos. Finalizando aqui minha prosa,espero que todos consigam realizar os planos que fizeram,que 2011 seja um ano de vibrações positivas e de muitas novidades para mim e para todos!

Abraço...

Quem lê