segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Escrita em crise de sinceridade





Hoje é domingo, resolvi escrever algo diferente, talvez nem saia tão diferente assim, somente o que sei é que de repente, assim do nada, cansei de poemizar o que penso, amanhã ou depois estarei curada desse arrebatamente literário que surgiu, na verdade nem sei como nomear tudo isso, vontades assim surgem, não digo "não" aos meus desejos literários.
Para começar, eu quero escrever sobre algo que não gosto, tenho tantas vezes escrito sobre impressões vagas, que nem são metade daquilo que tenho vontade de rasgar em verbo. Meu texto começa com uma simples pergunta: Do que você não gosta? Sendo bem sincera, minha lista de coisas que não gosto é imensa, gosto de poucas coisas, de poucas pessoas,até mesmo por não me agradar daquilo que agrada a todo mundo. Tenho observado que a maioria das pessoas são como japoneses quando o assunto é gosto, uma cara só. Penso eu, que essas pessoas no fundo nem saibam o que realmente são. Mas não quero falar sobre gosto por coisas, e sim, gosto por pessoas. E quando falo gosto por pessoas, uma palavra me vem à mente: Desafeto. Essa palavra cotidianamente é escrita por mim no plural, sei bem como é encará-la, acho que até acostumei, você também acostumará, é só uma questão de treino, algumas indiferenças básicas, ouvidas de indiretas - que venhamos são bem diretas em alguns casos - e por aí vai. Uma das coisas que menos faço e não prezo é auto definição, e quando o foco volta-se para mim, eu evito. Concordo com aquele ditado que diz "Quem muito fala, muito erra", e pior que é verdade. O péssimo é ter a consciência que de uma forma ou de outra a gente se auto define sempre em quando. Tenho receio e grande pavor de criar uma imagem falsa para os outros, ao abrirmos a boca e falarmos meia dúzia de adjetivos e palavrões não sabemos se naquele momento estamos criando um herói, um vilão ou um fracassado - defini-los fica ao seu critério. Somos responsáveis por aquilo que dizemos, nosso discurso nos desnuda, é a maneira mais fácil de criarem falsas impressões a nosso respeito. Me permito a leveza, gosto de ser degustada como uma bebida saborosa, em cada golada embriagar levemente. Quanto aos meus desafetos, até hoje, em meio às inúmeras reflexões e opiniões alheias, cheguei à provável conclusão que minha sinceridade não é bem vinda a todos. Percebi que isso é uma virtude, porém é também um leve peso que carrego. Não consigo demostrar agrado quando dentro de mim a sinceridade me corrói como uma fome feroz. Sinceros não suportam hipócritas. Hipócritas convivo todos os dias, aliás, suporto. É esse meu desafeto número um, a hipocrisia. Antes uma verdade dolorosa a meias verdades, penduro elas.
E apesar desses "poréns" todos, a gente não pode parar, nem desistir de tentar fazer o melhor que pudermos, muitas vezes é preciso "dá uma de doido", ter "ouvido de mercador", até mesmo rir dessa megera toda, porque a resposta pode demorar, mas ela vem, e quando vem, eu geralmente gosto de está cuidando da minha vida, uma das poucas coisas que gosto.

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